Obrigado! Obrigado pela presença! Obrigado por terem vindo! Obrigado àqueles que estão cá dentro! E muito obrigado àqueles que ficaram lá fora, aos trinta mil – dizem-me – que estão lá fora. Lhes saúdo daqui. Estão à chuva… Obrigado pelo gesto de virem ter comigo, obrigado por terem vindo à Jornada da Juventude. Eu tinha sugerido ao Doutor Gasbarri – que é a pessoa que gere, que organiza a viagem – que encontrasse um lugarzinho para um encontro com vocês e, em metade de um dia, arranjou tudo. Quero agradecer publicamente ao Doutor Gasbarri também por isso que ele conseguiu fazer hoje.
Desejo dizer-lhes qual é a conseqüência que eu espero da Jornada da Juventude: espero que façam barulho. Aqui farão barulho, sem dúvida. Aqui, no Rio, farão barulho, farão certamente. Mas eu quero que se façam ouvir também nas dioceses, quero que saiam, quero que a Igreja saia pelas estradas, quero que nos defendamos de tudo o que é mundanismo, imobilismo, nos defendamos do que é comodidade, do que é clericalismo, de tudo aquilo que é viver fechados em nós mesmos. As paróquias, as escolas, as instituições são feitas para sair; se não o fizerem, tornam-se uma ONG e a Igreja não pode ser uma ONG. Que me perdoem os Bispos e os sacerdotes, se alguns depois lhes criarem confusão. Mas este é o meu conselho. Obrigado pelo que vocês puderem fazer.
Olhem! Eu penso que, neste momento, a civilização mundial ultrapassou os limites, ultrapassou os limites porque criou um tal culto do deus dinheiro, que estamos na presença de uma filosofia e uma prática de exclusão dos dois pólos da vida que constituem as promessas dos povos. A exclusão dos idosos, obviamente: alguém poderia ser levado a pensar que nisso exista, oculta, uma espécie de eutanásia, isto é, não se cuida dos idosos; mas há também uma eutanásia cultural, porque não se lhes deixa falar, não se lhes deixa agir. E a exclusão dos jovens: a percentagem que temos de jovens sem trabalho, sem emprego, é muito alta e temos uma geração que não tem experiência da dignidade ganha com o trabalho. Assim, esta civilização nos levou a excluir os dois vértices que são o nosso futuro. Por isso os jovens devem irromper, devem fazer-se valer; os jovens devem sair para lutar pelos valores, lutar por estes valores; e os idosos devem tomar a palavra, os idosos devem tomar a palavra e ensinar-nos! Que eles nos transmitam a sabedoria dos povos!
Pensando ao povo argentino, de coração sincero peço aos idosos: não esmoreçam na missão de ser a reserva cultura do nosso povo; reserva que transmite a justiça, que transmite a história, que transmite os valores, que transmite a memória do povo. E vocês, por favor, não se ponham contra os idosos: deixem-nos falar, ouçam-nos e sigam em frente. Mas saibam, saibam que neste momento vocês, jovens, e os idosos estão condenados ao mesmo destino: a exclusão. Não se deixem descartar. Claro, para isso acho que vocês devem trabalhar. A fé em Jesus Cristo não é uma brincadeira; é uma coisa muito séria. É um escândalo que Deus tenha vindo fazer-se um de nós. É um escândalo que Ele tenha morrido numa cruz. É um escândalo: o escândalo da Cruz. A Cruz continua a escandalizar; mas é o único caminho seguro: o da Cruz, o de Jesus, o da Encarnação de Jesus. Por favor, não “espremam” a fé em Jesus Cristo. Há a espremedura de laranja, há a espremedura de maçã, há a espremedura de banana, mas, por favor, não bebam “espremedura” de fé. A fé é integral, não se espreme. É a fé em Jesus. É a fé no Filho de Deus feito homem, que me amou e morreu por mim. Resumindo: primeiro, façam-se ouvir, cuidem dos extremos da população que são os idosos e os jovens. Não se deixem excluir e não deixem que se excluam os idosos. Segundo, não “espremam” a fé em Jesus Cristo. Com as Bem-aventuranças… que devemos fazer, Padre? Olhe! Você leia as Bem-aventuranças, que lhe farão bem. Se, depois, você quer saber concretamente o que deve fazer, leia o capítulo 25 de Mateus, que é o regulamento segundo o qual vamos ser julgados. Com essas duas coisas, vocês têm o Plano de Ação: as Bem-aventuranças e Mateus 25. Você não precisam ler mais. Isso lhes peço de todo o coração. Está bem? Obrigado por essa unidade. Tenho pena que vocês estejam aí enjaulados; eu lhes digo uma coisa: às vezes também eu sinto isso; e não é uma boa coisa estar enjaulado. Isso lhes confesso de coração, mas paciência! Eu entendo vocês. Também eu gostaria de estar mais perto de vocês, mas entendo que, por razões de segurança, não se pode. Obrigado por terem vindo! Obrigado por rezarem por mim! Isto lhes peço de coração. Preciso. Eu preciso de suas orações, tenho tanta necessidade. Obrigado por isso! Bem! Eu quero lhes dar a Bênção e, depois, benzeremos a imagem da Virgem que vai percorrer toda a República… e a cruz de São Francisco; viajarão em missão. Mas não esqueçam! Façam-se ouvir; cuidem dos dois extremos da vida: os dois extremos da história dos povos que são os idosos e os jovens; e não “espremam” a fé. E agora façamos uma oração para benzer a imagem da Virgem e, em seguida, dar-lhes a Bênção.
Pomo-nos de pé para a Bênção, mas antes quero agradecer as palavras que disse-me Dom Arancedo, porque, como verdadeiro mal-educado, não lhe agradeci. Portanto, obrigado pelas suas palavras!
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Ave Maria...
Senhor, Tu deixaste no meio de nós tua Mãe para que nos acompanhasse. Que Ela cuide de nós e nos proteja o nosso caminho, o nosso coração, a nossa fé. Que nos faça discípulos como Ela o foi, e missionários como Ela o foi também. Que nos ensine a sair pelas estradas. Que nos ensine a sair de nós mesmos. Benzemos esta imagem, Senhor, que vai percorrer o país. Que Ela, com a sua mansidão, a sua paz, nos indique o caminho. Senhor, Tu és um escândalo! Tu és um escândalo: o escândalo da Cruz. Uma Cruz que é humildade, mansidão; uma Cruz que nos fala da proximidade de Deus. Benzemos também esta imagem da Cruz que percorrerá o país. Muito obrigado! Vemo-nos nestes dias. Que Deus lhes abençoe. Rezem por mim. Não se esqueçam!