A festa de Todos os Santos, que hoje celebramos, recorda-nos que o objetivo da nossa existência não é a morte, é o Paraíso! Escreve isso o apóstolo João: “Não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isso se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é” (1 Jo 3, 2).
Os santos, os amigos de Deus, asseguram-nos que esta promessa não decepciona. Em sua existência terrena, de fato, viveram em comunhão profunda com Deus. Na face dos irmãos menores e desprezados viram a face de Deus, e agora o contemplam face a face na sua beleza gloriosa.
Os santos não são super-homens, nem nasceram perfeitos. São como nós, como cada um de nós, são pessoas que antes de atingir a glória do céu viveram uma vida normal, com glórias e dores, cansaços e esperanças. Mas o que mudou suas vidas? Quando conheceram o amor de Deus, seguiram-no com todo o coração, sem condições e hipocrisias; passaram a vida ao serviço dos outros, suportaram sofrimentos e adversidades sem odiar e respondendo ao mal com o bem, difundindo alegria e paz. Esta é a vida dos santos: pessoas que pelo amor de Deus em suas vidas não colocaram condições a Ele; não foram hipócritas; passaram suas vidas a serviço dos outros para servir o próximo; sofreram tantas adversidades, mas sem odiar. Os santos nunca odiaram. Entendam bem isto: o amor é de Deus, mas o ódio de quem vem? O ódio não vem de Deus, mas do diabo! E os santos se afastaram do diabo; os santos são homens e mulheres que têm a alegria no coração e a transmitem aos outros. Nunca odiar, mas servir os outros, os mais necessitados; rezar e viver na alegria; este é o caminho da santidade!
Ser santos não é um privilégio de poucos, como se alguém tivesse uma grande herança; todos nós, no Batismo, temos a hereditariedade de poder nos tornarmos santos. A santidade é uma vocação para todos. Todos, por isso, somos chamados a caminhar no caminho da santidade, e este caminho tem um nome, uma face: a face de Jesus Cristo. Ele nos ensina a nos tornarmos santos. Ele, no Evangelho, nos mostra o caminho: aquele das Bem-Aventuranças (cfr Mt 5, 1-12). O Reino dos céus, de fato, é para quantos não colocam a sua segurança nas coisas, mas no amor de Deus; para quantos têm um coração simples, humilde, não deixam de ser justos e não julgam os outros, quantos sabem sofrer com quem sofre e alegrar-se com quem se alegra, não são violentos, mas misericordiosos e procurar ser artífices de reconciliação e de paz. O santo, a santa é artífice de reconciliação e de paz; ajuda sempre o povo a reconciliar-se e ajuda sempre a fim de que haja paz. E assim é bela a santidade; é um belo caminho!
Hoje, nesta festa, os santos nos dão uma mensagem. Dizem-nos: confiem no Senhor, porque o Senhor não decepciona! Não decepciona nunca, é um bom amigo, sempre ao nosso lado. Com os seus testemunhos, os santos nos encorajam a não ter medo de andar contracorrente ou de ser incompreendido e ridicularizado quando falamos Dele e do Evangelho; demonstram-nos com a sua vida que quem permanece fiel a Deus e à sua Palavra experimenta já nesta terra o conforto do seu amor e depois “cem vezes mais” na eternidade. Isto é o que esperamos e pedimos ao Senhor para os nossos irmãos e irmãs falecidos. Com sabedoria, a Igreja colocou em dias próximos a festa de Todos os Santos e a Comemoração de todos os fiéis falecidos. À nossa oração de louvor a Deus e de veneração dos espíritos beatos se une a oração de sufrágio por quantos nos precederam na passagem deste mundo à vida eterna.
Confiemos a nossa oração à intercessão de Maria, Rainha de Todos os Santos.
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